Para a maioria dos espectadores, o “show”
acontece apenas no tempo entre os apitos do juiz, indicando a duração do jogo.
Mas alguns conseguem enxergar a beleza que existe no intervalo, quando a
garotada entusiasmada invade o campo querendo brincar de ser gente grande. Para
Lucas Marciel Pedroso, sua paixão com a bola começou assim e, hoje, aos 28 anos
de idade, ele é o goleiro de um dos mais conhecidos times do Amador de
Varginha.
Lucas começou aos 11 anos,
jogando futsal com amigos na quadra do bairro Santa Maria. O primeiro título
veio aos doze, logo na primeira competição disputada. Um campeonato de futsal que
reunia times de vários bairros da cidade.
Foram campeões com uma campanha de 12 vitórias, um empate e uma derrota.
“Não me lembro o nome, mas me lembro que o campeonato teve participação de mais
de 10 bairros e 14 equipes. Participei da primeira edição, depois tiveram mais
algumas e todas aconteceram naquela quadra, que hoje foi toda demolida para se
tornar uma rotatória”.
Levou o título de melhor
goleiro e foi convidado para disputar o mesmo campeonato, só que junto aos
adultos. Isso o fez ter ainda mais amor pelo esporte, e acabou iniciando nos
gramados no mesmo ano, treinando com a fortíssima escolinha do Cruzeirinho.
Foi nessa época que Lucas
começou a sofrer com o seu joelho, por uma dividida com o atacante adversário
em um jogo. Mas o atleta tentou esconder por um tempo, com medo de ser colocado
no banco. Após extinta a escolinha do Cruzeirinho, jogou ainda pelo São
Caetano, Arte e Disciplina (com o “mestre Palito e o excepcional treinador de
goleiros Nandinho”), e por último, passou rapidamente pelo VEC. Mas as dores
foram aumentando, e pouco mais de um ano depois do acontecido, a dificuldade o
fez parar de jogar.
Tentou voltar aos 16 anos,
treinando na escolinha do Corinthians, mas não conseguiu continuar por muito
tempo. Apenas retornou as disputas dos campeonatos regionais em 2012.
“Na época em que parei,
treinava em uma escola apenas de goleiros. Nós treinamos no Melão e no Campo do
Flamengo, junto aos goleiros profissionais do VEC. Nosso treinador era o
Nandinho, ex-goleiro do Flamengo de Varginha e outros clubes, e conosco
treinava o grande goleiro e fisioterapeuta Maxwel Boareto. Foram os dois que me
ajudaram a descobrir a lesão e fizeram o tratamento sem custo”, conta Lucas.
Atualmente
está disputando o Amadorzão de Varginha pelo PSG. Devido a alguns medicamentos
e treinamentos específicos, hoje tem um alívio na dor, porém, o problema é
falta de cartilagem no joelho evitar o atrito, que faz com que o osso tenha contato
direto com o osso. “Será uma dor que terei que carregar pro resto da vida, mas
o prazer em jogar futebol me faz superar isso”, afirma o atleta.
“Sem
dúvidas, as melhores conquistas foram as amizades. Títulos são importantes e
nos alegram muito, porém as amizades nós carregamos para sempre! Gostaria de
aproveitar o espaço para agradecer algumas pessoas que me motivaram a continuar
jogando: primeiramente meu pai, pois foi ele quem me incentivou a iniciar no
esporte. Me levava nos finais de semana para assistir a jogos do Amadorzão e,
nos intervalos das partidas, nós batíamos uma bola dentro do campo. Isso fez
com que eu me envolvesse com o esporte.
Meu
mestre, o Treinador Nandinho, com quem treinei cerca de 2 anos e me fez evoluir
muito como goleiro e como pessoa. Me ajudou no momento da lesão e me deu todo
amparo que precisei, junto ao Maxwel. Grande fisioterapeuta, goleiro e de um
coração gigantesco.”
Agradece
também sua esposa, Joyce, que o incentivou a não parar de jogar por conta das
dores que vinha sentido e o apoiou a continuar as disputas em Varginha, mesmo
morando atualmente em Pouso Alegre.
“E
para finalizar, agradecer o espaço e divulgação que o Jornal PODIUM tem dado ao
esporte amador da região. Vocês têm grande participação em todo o crescimento
que o futebol amador de Varginha tem tido. Parabéns e obrigado!”
Texto: Maria Júlia Veloso
* Nota do Jornal PODIUM: por
sugestão do Lucas, vamos tentar contato com alguns ex-treinadores para as
próximas reportagens. São pessoas apaixonadas pelo esporte e que fazem parte da
história de grande parte da comunidade esportiva.
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