O Jornal PODIUM
conseguiu entrevista exclusiva com o novo Presidente da Câmara Municipal, Dudu
Ottoni. Ardente defensor da comunidade esportiva, Dudu justifica sua atuação:
“O que eu vejo no esporte é que
as crianças encontram nele um caminho longe das ruas e das drogas e passam a
ter melhores resultados quanto à saúde e à educação. Então, é importante que
estejamos sempre batalhando para proporcioná-las isso. E como presidente, é
claro, tenho mais facilidade em cobrar e solicitar ajuda ao Prefeito para
realizar mudanças que achamos necessárias para a nossa cidade na questão do
esporte”.
- Grande parte da população não tem um
conhecimento sobre o trabalho de um vereador, então acabam se confundindo e
cobrando muito além do que vocês conseguem fazer, como reformas de espaços
públicos, sendo que o vereador fica na dependência da Prefeitura. Isso é uma
coisa que te incomoda?
“Sim, isso realmente acontece muito.
É preciso deixar claro para a população que a função do vereador é fiscalizar e
legislar: fiscalizar o executivo e suas contas, o orçamento; e criar leis que
possam beneficiar a população, principalmente a parte que mais necessitada,
além de aprimorar as leis já existentes. Entretanto, com base no senso comum,
em maior parte, costuma-se jogar para o vereador toda a responsabilidade de
algum defeito do sistema, cobrando dele a resolução de todos os tipos de
problemas, afirmando que nós não cumprimos nossos deveres. E isso ocorre
provavelmente pelo fácil acesso a nós, sendo que, a Câmara de Varginha é uma da
câmaras mais enxutas do estado de Minas Gerais. Nenhum vereador tem assessor.
Mas para chegar no Prefeito, por exemplo, é mais complicado, por que é preciso
passar pelo secretário e pelo assessor até chegar até ele. É claro que cada
vereador tem o seu perfil, mas eu procuro ao máximo atender as pessoas, meu
telefone fica 24 horas por dia ligado, tanto que eu ainda possuo o mesmo número
desde até mesmo antes de entrar para a política. Então, a gente pede, cobra e
solicita sempre que necessário para o prefeito mas, infelizmente, dependemos do
Executivo, que é quem pode realmente efetuar as obras.”
- Sobre isso, o esporte não
está entre as prioridades desse poder em escala geral. Isso dificulta o seu
trabalho como vereador, sendo que a demanda de pedidos é muito grande para um
orçamento escasso?
“Com certeza, temos várias quadras e
espaços públicos que devem ser reformadas, e campos também - como já tivemos as
reformas dos gramados Nego Horácio, Semel e o Sete de Setembro. Porém além dos
gramados, é imperioso restaurar também os vestiários, as instalações de
banheiros e as arquibancadas. E temos outros campos para ver também, como o
Sindicato no Corcetti, e o bairro de Fátima.”
- O bairro de Fátima está
com dois anos e pouco, e sofre com problemas para manutenção.
“É complicado, porque todas as
secretarias dependem da Secretaria de Obras para resolver questões do tipo. E a
gente sabe que essa é pequena, e a Prefeitura não pode sair contratando, tudo é
através de concurso público. Eu, particularmente, achava que a Semel deveria
ter a sua própria equipe de manutenção, incluindo pedreiros e eletricistas,
pois isso já ajudaria muito para fazer essas manutenções.”
- Aí esbarra na questão do
orçamento?
“Sim, é aí que pega a questão do
orçamento, da lei de Responsabilidade Fiscal, de contratação, já que tem que
ser através de concurso público. Então, a administração pública hoje
encontra-se muito travada.”
- E a gente pode perceber,
que você é um vereador durante 24 horas por dia e 7 dias por semana. Cada um
tem o seu perfil, como você disse. E você tem o apoio do seu pai, mas na época
dele, era muito menos burocracia, correto? Como é esse entrosamento de vocês? O
que ele faz para te ajudar hoje? Porque, ele foi vereador e foi prefeito.
“O nosso entrosamento é muito bom,
graças a Deus. Ainda bem que eu tenho meu pai para me dar suporte, me orientar,
me dar dicas. Eu tento seguir os passos dele, porque ele foi um prefeito e
vereador atuante. Sempre correu atrás, sempre tentou fazer o melhor para a
população, então eu sigo os passos dele sim. É claro que na época dele era mais
fácil, não havia lei de responsabilidade fiscal ainda, já que surgiu com a
Constituição de 88. Propostas nós temos e dinheiro, lá em Brasília tem. Acho
temos é que ter capacidade de fazer bons projetos, ter uma equipe boa, forcada
nisso, para buscar recursos lá em Brasília. Acho que o Executivo tinha que
pensar e focar-se nisso, para criar bons projetos que mereçam esses recursos.”
- Você tem razão, porque se
depender só do orçamento que temos aqui...
“...não vai não. Então nós temos
muitos deputados aqui, como o Dimas Fabiano, que foi o eleito majoritário na
nossa cidade, à quem devemos recorrer e cobrar. E levar bons projetos pra ele,
porque não adianta nada chegar nele sem um bom projeto que mereça os recursos.
Tenho certeza que ele está de portas abertas para receber os vereadores, os
secretários, o Prefeito. Mas temos que chegar lá com bons projetos para que ele
possa destravar a burocracia em Brasília.”
- Eu queria falar mais sobre
o seu pai. Entre as muitas obras, ele fez o Centro Social Urbano.
“Veja só, lá em 1982 ele inaugurou o
bairro Santana, entregou junto a escola José Augusto de Paiva, Centro Social
Urbano. Naquela época, quem imaginava isso, um espaço daqueles, com tantas
quadras para as crianças. Então acho que foi uma revolução. Nos complexos
sociais hoje, entregam só as casas, sem as áreas de recreação para as
crianças.”
- O CSU era realmente um
grande núcleo esportivo para a época!
“Sim, sim. E eu acho que a Semel
deveria investir naquele espaço para fazer um núcleo naquela região, que
englobaria a região do Sion, Santana, Damasco, Centenário e Padre Vitor. Eu
inclusive já fiz requerimentos questionando, no ano passado e retrasado. Porque
aquele espaço encontra-se abandonado e sem manutenção, quando poderia ser
utilizado pelos jovens e pelas crianças da área, tirando-os da rua e da
marginalidade.”
- Você tem um bom
relacionamento com o Henrique. O que ele afirma ser a maior dificuldade para
conseguir formar esse núcleo?
“Ele evidencia a questão dos
professores e falta de recurso. Mas eu acredito que com um bom planejamento,
seja possível sim fazer. É importante que aquele espaço seja ocupado, porque
fará muita diferença na formação dos jovens. Então a Prefeitura deveria pensar
com carinho sobre esse projeto que atingiria uma importante parte da nossa
população. Melhoraria para que os pais não tenham que pagar duas ou três
passagens para que os menores cheguem até a Semel. Seria um triunfo para uma
área que engloba mais de 40mil habitantes. Portanto, eu voltarei a bater nessa
tecla com o secretário sobe esse possível núcleo da Semel para essas crianças.”
- Você já tem algum projeto
para esse ano em relação ao esporte para apresentar nesse ano?
“Ainda não. Pretendo ir para
Brasília depois do Carnaval atrás de recursos para o esporte, para a saúde e
educação. Estive conversando com um amigo, cuja esposa foi eleita deputada, e
também com o Dimas, para quem sabe a gente possa trazer alguma coisa para
Varginha.”