Em
maio de 2014, Varginha perdeu uma pessoa muito especial, a professora Fátima
Tobias.
Sua história no basquete começa como
atleta, passa pela consagração de primeira árbitra da FMB e encerra como uma
das maiores treinadoras de basquete masculino de Varginha. Mas “Fatião” foi
muito mais que tudo isso, foi um ser humano espetacular, atleta, amiga,
profissional, cantora... moleca!
No
final dos anos 70, com 11 anos de idade, Fátima começou a participar da
escolinha de basquete do VTC, com a técnica Silvia Amorim. Muito detalhista,
estudiosa e esforçada, consolidou-se na posição de pivô por mais de uma década.
“Não tinha altura e peso para a posição, mas era uma jogadora muito técnica”,
elogia Silvia.
Fátima se destacou como uma das
melhores de Minas. Fez parte da geração de ouro do basquete feminino
varginhense. Integrou a Seleção Mineira em várias ocasiões, e a Seleção
Brasileira por três vezes.
Para Silvia, mais que uma excelente
jogadora, Fátima era uma pessoa maravilhosa, um ser humano que brilhava, era
amiga e sempre de bem com a vida, a cantora que encantou o público que lotava o
ginásio do VTC, na cerimônia de abertura do JIMI em 1990, com “a cappella” do Hino Nacional. “Foi a
coisa mais linda que já vi na vida, mais de cinco minutos de aplausos,
‘magistral!’ ”, lembra Silvia.
Formou-se em Educação Física em
Muzambinho e parou de jogar. Mas não se desligou da modalidade, apenas preferiu
se dedicar à formação de novos atletas, iniciando assim um novo capítulo em sua
parceria com a ex-treinadora Silvia. Auxiliou no treinamento de pivôs da seleção
varginhense nas gerações seguintes, como no caso da campeã brasileira em 2000,
a pivô revelação Paninha.
Em seguida, iniciaram o projeto de
basquete da recém-criada Semel e, com o apoio da Credivar, a escolinha chegou a
contar com mais de 170 alunos.
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Atuou também na iniciativa privada.
Foi professora de educação física do Colégio Batista durante 23 anos, levando a
escola ao título de referência do basquete masculino nas edições do JEMG.
Foi a precursora em arbitragem
varginhense e feminina. Como árbitra, era tão detalhista como quando jogadora,
apitava em cima do lance, estudava as regras, fazia cursos, lembra Silvia. Foi
a garota que encantou o diretor de arbitragem da FMB, Everson Ciccarini: “Ela é
perfeita”, disse em uma ocasião.
Enfim, Fátima amava o basquete, a
família, os amigos, a música... amava viver! Partiu cedo, vítima de um câncer,
mas certamente permanecerá viva na lembrança de todos aqueles que tiveram o
privilégio de compartilhar de sua luz.
Uma pessoa que viveu para o bem e para romper preconceitos. Uma amiga que ensinou a amar como se não houvesse amanhã, canção que cantava com frequência quando pegava seu violão. O mundo ficou mais pobre sem ela
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